Clínica Médica
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Dor nociceptiva: o que é, exemplos e diagnóstico

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Equipe medclub
Publicado em
7/8/2023
 · 
Atualizado em
11/8/2023
Índice

A dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável que desempenha um papel fundamental na preservação da integridade do organismo. Ela serve como um mecanismo de alerta, indicando a presença de danos ou ameaças ao corpo. A dor pode ser classificada de acordo com a intensidade, duração, mecanismo fisiopatológico ou origem anatômica.

Um dos mecanismos fisiopatológicos da dor é a nocicepção. A dor nociceptiva é um tipo que surge a partir da ativação dos receptores sensoriais conhecidos como nociceptores. 

O que é dor nociceptiva?

A dor nociceptiva é uma forma de dor que ocorre como resultado da ativação dos nociceptores, que são receptores sensoriais especializados em detectar estímulos nocivos, como calor intenso, frio extremo, pressão excessiva e substâncias químicas irritantes. 

Esses receptores estão presentes em todo o corpo, incluindo a pele, músculos, articulações, órgãos internos e até mesmo no sistema nervoso central. Quando os nociceptores são ativados por um estímulo nocivo ou inflamação, eles enviam sinais elétricos ao longo das vias nervosas até o cérebro, resultando na percepção da dor.

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Quais as principais causas de dor nociceptiva?

A dor nociceptiva pode ter diversas causas, e sua ocorrência está associada a lesões ou danos teciduais. Alguns exemplos comuns incluem fraturas ósseas, queimaduras, cortes, inflamação, infecção e distensão muscular. Essas condições ativam os nociceptores nas áreas afetadas, desencadeando a sensação dolorosa. 

Além disso, a dor nociceptiva pode ser crônica, persistindo por períodos prolongados (mais que três meses de duração), mesmo após a cicatrização do tecido originalmente danificado.

DOR NOCICEPTIVA
Somática Visceral
Artrite (25-40% das pessoas >40 anos) Endometriose (10% das mulheres em idade fértil)
Dor miofascial (5-10%) Síndrome do intestino irritável (5-15%)
Fibromialgia (2-4%) Úlceras, gastrite, esofagite (3-9%)
Desordens do tecido conjuntivo (0,5%) Cistite intersticial (0,2-1%)
Queimaduras graves (0,01%) Colecistite, apendicite
Prevalência de condições dolorosas comuns. Fonte: tabela adaptada de Goldman-Cecil medicine

Diagnóstico para dor nociceptiva

O diagnóstico da dor nociceptiva é baseado principalmente na avaliação clínica do paciente. Os profissionais de saúde procuram identificar a origem e a causa por meio do histórico médico, exame físico e testes complementares, como radiografias, tomografias ou ressonâncias magnéticas. 

A dor nociceptiva pode ser somática ou visceral. Somática é quando afeta locais próximos à inervação somática, como pele, articulações e estrutura musculoesquelética, onde o indivíduo, em geral, determina bem o local da dor. A dor visceral, causada por lesões em órgãos internos (seja por inflamação, isquemia, distensão ou obstrução) tem uma característica difusa, onde não se consegue determinar bem a localização.

É importante distinguir a dor nociceptiva de outros tipos de dor, como a dor neuropática, que é causada por danos ou disfunções do sistema nervoso. A precisão no diagnóstico é essencial para a elaboração de um plano de tratamento adequado. Veja a seguir as diferenças entre elas: 

CARACTERÍSTICA CLÍNICA DOR NOCICEPTIVA DOR NEUROPÁTICA
Etiologia Lesão tecidual real ou potencial Lesão nervosa
Caráter Latejante, ardor, tipo pressão Lancinante, em tiro, tipo elétrico, em facada
Déficits sensoriais Raro, e se presente, na distribuição não dermatomal ou não nervosa Frequente (dormência, formigamento, picadas)
Déficits motores Pode haver fraqueza induzida pela dor Fraqueza se nervo motor for afetado
Hipersensibilidade Raro Dor provocada por estímulos não dolorosos (alodínia) ou resposta exagerada a estímulos pouco dolorosos
Sinais autonômicos Incomum Sudorese, alteração da cor e temperatura em 1/3 dos casos
Categorização da dor neuropática e nociceptiva. Fonte: tabela adaptada de Goldman-Cecil medicine

Tratamento da dor nociceptiva

O tratamento da dor nociceptiva tem como objetivo aliviar o desconforto do paciente e tratar a causa subjacente da dor. Os métodos de tratamento podem variar de acordo com a intensidade da dor e a sua causa específica. Medicamentos analgésicos, como os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), são frequentemente prescritos para controlar a sua forma aguda. 

Em casos mais graves, opióides podem ser utilizados, mas com cautela devido ao risco de dependência e efeitos colaterais. Para dores crônicas pode-se também utilizar fármacos “adjuvantes” como corticoides, antidepressivos e anticonvulsivantes. Abaixo, a escada analgésica da OMS, que guia o tratamento para dores de leve, moderada ou forte intensidade.

Escada analgésica da OMS. Fonte: Diretriz de Tratamento Farmacológico da Dor, Hospital Israelita Albert Einstein 2012
Escada analgésica da OMS. Fonte: Diretriz de Tratamento Farmacológico da Dor, Hospital Israelita Albert Einstein 2012

Além da medicação, outras abordagens podem ser empregadas, como fisioterapia, acupuntura e técnicas de relaxamento, como a meditação e a respiração profunda. A terapia multidisciplinar, envolvendo profissionais de diferentes áreas, como médicos, fisioterapeutas, psicólogos e terapeutas ocupacionais, também pode ser indicada para tratar a dor nociceptiva de forma abrangente.

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Conclusão

A dor nociceptiva é um tipo que resulta da ativação dos nociceptores em resposta a estímulos nocivos. Ela desempenha um papel importante na proteção do organismo contra danos, alertando o indivíduo sobre a presença de lesões ou ameaças. As principais causas da dor nociceptiva estão relacionadas a lesões teciduais, inflamação e processos patológicos. 

O diagnóstico preciso é fundamental para o adequado tratamento da dor nociceptiva, envolvendo a identificação da origem e causa da dor. O tratamento pode incluir o uso de medicamentos analgésicos, fisioterapia, técnicas de relaxamento e terapia multidisciplinar. A compreensão dos mecanismos e abordagens para o tratamento da dor nociceptiva é essencial para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Continue aprendendo: 

FONTE:

  • Goldman-Cecil Medicine, 26th edition
Artigo escrito por

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