Neurologia

Encefalopatia hepática: revisão das suas classificações, quadro clínico e diagnóstico

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Equipe med.club
Atualizado em:
10/3/2023
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Artigo de revisão publicado na revista médica Drugs abordou a definição, as classificações clínicas e os princípios diagnósticos da encefalopatia hepática (EH) em pacientes com cirrose. A EH é definida como uma complicação da insuficiência hepática aguda ou crônica, sendo caracterizada pela presença de sintomas como alterações da personalidade, consciência, cognição e das funções motoras. 

Ela ocorre devido ao comprometimento da capacidade de desintoxicação hepatocelular, ou devido a shunt portossistêmico, que provocam acúmulo de amônia e outras toxinas, cursando com tumefação astrocitária e edema cerebral. 

Classificação da encefalopatia hepática

A encefalopatia hepática é classificada em três tipos:

  • Tipo A: quando decorre de uma insuficiência hepática aguda; 
  • Tipo B: quando ocorre por uma consequência dos shunts portossistêmicos e na ausência de distúrbios hepáticos; ou 
  • Tipo C: quando ocorre em pacientes com cirrose hepática e hipertensão portal

Para mais, a disfunção pode ser crônica e progressiva, ou se apresentar por início súbito. Neste último, ocorre devido a fatores precipitantes, como infecções, hemorragias gastrointestinais, distúrbios hidroeletrolíticos e constipação. E mais, por uso excessivo de medicações psicoativas, desidratação, overdose de diuréticos e ingestão de alimentos não nutritivos (pica).

Graus da encefalopatia hepática

Os critérios de West Haven (WHC) são os mais frequentemente utilizados para classificação clínica do paciente, a classificação é feita de acordo com graus de alteração de consciência e cognição.

CRITÉRIOS DE WEST HAVEN
Grau I Apresenta dificuldades de atenção e alteração de personalidade sutis, muitas vezes reconhecidas apenas por familiares
Grau II Há presença de desorientação no espaço e tempo, podendo estar associado a presença de comportamento inapropriado e letargia
Grau III Corresponde ao paciente em estado estuporoso, porém responsivo à estímulos
Grau IV Corresponde ao paciente em coma

Entretanto, é possível que o paciente não demonstre os sinais clínicos supracitados e, apresente anormalidades neuropsicológicas e neurofisiológicas. Sendo assim, a encefalopatia hepática é denominada como subclínica. Para além dos sintomas cognitivos, o indivíduo pode apresentar disfunções motoras, principalmente extrapiramidais e cerebelares, como a hipomimia, bradicinesia e a rigidez.

E mais, tremores e disartria. Vale salientar que, o asterixe - um tremor em batimentos das mãos ou pés em dorsiflexão - é um sinal útil na identificação de doenças hepáticas. No entanto, esses achados clínicos neurológicos e neuropsiquiátricos não são específicos da doença. 

Dessa forma, é imprescindível realizar o diagnóstico diferencial com os distúrbios que mais comumente mimetizam a encefalopatia, como a hiponatremia, deficiência de tiamina, sepse e hemorragias intracranianas. Todavia, até a publicação deste artigo, não há um método diagnóstico por imagem capaz de realizar o diagnóstico definitivo. Por isso, o diagnóstico da encefalopatia hepática apenas pode ser realizado após exclusão de outras causas de disfunção cerebral.

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