Nefrologia
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Doença Renal Crônica: Papel da Dieta para a Redução da Gravidade da Doença

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Equipe medclub
Publicado em
5/10/2022
 · 
Atualizado em
7/5/2023
Índice

Revisão narrativa publicada na revista Nutrients discorreu sobre as recomendações da Kidney Disease Outcomes Quality Initiative (KDOQI) para a dieta de pacientes com doença renal crônica (DRC). 

A DRC é definida pela perda progressiva e irreversível da função renal, com diminuição da capacidade do órgão de realizar suas funções de manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico e volêmico, bem como suas funções endócrinas. 

O ritmo de filtração glomerular (RFG) < 60 mL/min/1.73m2 por > 3 meses, mesmo sem lesão renal, também define a DRC. Estima-se que 15 milhões de pessoas no Brasil sejam acometidas por essa doença, sendo 100.000 pacientes em diálise. As principais etiologias da doença são a hipertensão arterial sistêmica (35%), a diabetes mellitus (28%), as doenças glomerulares (11%) e doença renal policística autossômica do adulto (4%). Os principais sinais e sintomas são a hipertensão arterial, desnutrição e a anemia. Bem como a presença de edema, doença mineral óssea, acidose metabólica e hiperpotassemia. 

E ainda, imunodeficiências e alterações endócrinas. Para realizar o diagnóstico, deve-se medir a função glomerular, através da medicina nuclear, relação entre creatinina sérica e urinária (urina 24hr), ou estimando-se a partir de fórmulas (ex: Cockroft-Gault). O tratamento consiste em medidas multidisciplinares e farmacológicas, como a reposição de ferro, da eritropoetina da vitamina D.

A nutrição adequada é fundamental para pacientes com DRC, pois pode retardar a progressão da doença. Assim, são realizados o monitoramento da ingesta de proteínas, cálcio, fósforo, potássio e sódio. Isso porque dietas com baixo teor de proteínas demonstraram diminuir a hiperfiltração glomerular e a redução das escórias nitrogenadas. 

Dessa forma, recomenda-se: 1) ingesta de 0.55-0.6 g/kg/dia para pacientes com DRC estágio 3 a 5, não diabéticos e não dialíticos; 2) ingesta de 0.6-0.8 g/kg/dia para pacientes com DRC estágio 3 a 5, sem diálise e com diabetes mellitus; e 3) 1.0-1.2 g/kg/dia para pacientes em hemodiálise ou em diálise peritoneal. Para mais, recomendam-se modificações dietéticas com troca de proteínas animais por proteínas vegetais, devido a primeira induzir maior produção de ácidos e contribuir para a acidose metabólica. Além disso, a adoção de uma dieta à base de plantas reduz a formação de placas ateroscleróticas, risco para doenças cardiovasculares e contribui para a diminuição do peso.

Para mais, os autores recomendam também a suplementação da vitamina D para o paciente com DRC, devido a diminuição da conversão dessa vitamina em sua forma ativa, provocando assim uma menor absorção intestinal do cálcio. Dessa forma, recomenda-se a suplementação desse paciente com ergocalciferol ou colecalciferol, a fim de evitar surgimento de doenças ósseas. E ainda, recomenda-se controle da ingesta de fósforo para 800-1000 mg/dia, visto que há uma diminuição progressiva da excreção desse íon. Para isso, são indicados o consumo de alimentos com baixa biodisponibilidade do fósforo, sendo a dieta à base de plantas uma boa opção. Por fim, o potássio é um íon que apresenta diversas funções no metabolismo celular e na manutenção do equilíbrio ácido-básico. 

Entretanto, também apresenta redução de sua excreção com a progressão da DRC, podendo a hipercalcemia causar com sintomas como parestesia, paralisia, náuseas e arritmias cardíacas. Por isso, recomenda-se diminuir a ingesta desse íon, sendo uma opção o consumo de vegetais cozidos. E ainda, é indicado para o paciente com DRC realizar também uma dieta restritiva para o sódio, devendo o paciente nos estágios 3 a 5 consumir máximo de 2.3 g/dia. Para isso, orienta-se evitar o consumo de alguns alimentos, como processadas, vegetais enlatados e nozes e castanhas salgadas.

Fonte: UpToDate

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