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Hipernatremia: o que é, causas, sintomas e tratamento

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Equipe medclub
Publicado em
18/8/2023
 · 
Atualizado em
18/8/2023
Índice

A hipernatremia é uma condição clínica caracterizada pelo aumento anormal dos níveis de sódio no sangue, levando a um desequilíbrio eletrolítico que pode ter sérias implicações para a saúde. É importante compreender essa condição, suas causas, sintomas, diagnóstico e tratamento, a fim de promover o manejo adequado e evitar complicações.

O que é Hipernatremia?

A hipernatremia ocorre quando há um excesso de sódio em relação à água no corpo, resultando em uma concentração plasmática de sódio acima dos limites normais (geralmente acima de 145 mEq/L). Esse desequilíbrio pode ser causado por diversos fatores, incluindo perda excessiva de água, consumo insuficiente de líquidos ou excesso de sódio na dieta. 

Como o sódio é o principal componente da osmolaridade plasmática, havendo hipernatremia, há também um estado de hiperosmolaridade. Isso pode levar a uma desidratação celular (as células ficam murchas em meio Hiperosmolar/hipertônico), afetando o funcionamento adequado das células.

Ilustração do estado das células em meios hipertônico (Hiperosmolar), isotônico e hipotônico.Fonte: Osmose: aprenda o que é, como ocorre e o equilíbrio osmótico - Manual do Enem URL: https://querobolsa.com.br/enem/biologia/osmose
Ilustração do estado das células em meios hipertônico (Hiperosmolar), isotônico e hipotônico.Fonte: Osmose: aprenda o que é, como ocorre e o equilíbrio osmótico - Manual do Enem

Principais Causas de Hipernatremia

As causas da hipernatremia são variadas e podem ser agrupadas em três categorias principais: ingestão insuficiente ou perda excessiva de água, e aumento do consumo de sódio. Entre as causas estão a falta de sede, diabetes insipidus, diarreia, vômitos e o uso excessivo de medicamentos diuréticos.

Os indivíduos mais vulneráveis são crianças pequenas (não conseguem expressar a sede), idosos (maior suscetibilidade a perda de líquidos) e pacientes acamados (déficit neurológico, incapacidade de expressar a sede).

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Hipernatremia hipovolêmica

  • Diuréticos em altas doses
  • Vômitos e diarreia intensos
  • Perda cutânea (grandes queimados)
  • Déficit neurológico (estes pacientes não pedem água)
  • Necrose tubular aguda

Hipernatremia euvolêmica

  • Diabetes insipidus: pode ser central (quando há menor liberação de hormônio antidiurético – ADH) ou nefrogênica (resistência renal ao ADH). Um fator de risco importante é o uso de lítio.

Hipernatremia hipervolêmica

  • Hiperaldosteronismo primário
  • Cushing
  • Iatrogenia (soluções hipertônicas de forma inadvertida)

Quais são os sinais e sintomas da Hipernatremia?

Os sintomas da hipernatremia podem variar desde leves até graves. No início, pode haver sede intensa, boca seca, fraqueza e irritabilidade. À medida que os níveis de sódio continuam a aumentar, os sintomas podem progredir para confusão mental, convulsões, coma e até mesmo hemorragia subaracnóidea e morte. 

A hipernatremia sintomática aguda é uma condição grave, em que há aumento da concentração de Na+ em um período <24h, que deve ser rapidamente manejada. Por outro lado, a hipernatremia crônica (>48h) deve ser tratada de forma lenta, pois, se o nível de osmolaridade for diminuído rapidamente, a água entrará nas células neuronais, provocando edema cerebral.

Diagnóstico

O diagnóstico do problema envolve a medição dos níveis séricos de sódio. Além disso, é importante identificar a causa subjacente da condição por meio de exames complementares, como os listados abaixo:

  • Eletrólitos (sódio, potássio, cálcio)
  • Glicemia
  • Função renal: ureia e creatinina
  • Dosagem de ADH (hormônio antidiurético)
  • Osmolaridade plasmática
  • Exames de urina: sódio e potássio urinário, osmolaridade urinária, volume de urina em 24h.
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Tratamento da Hipernatremia

O tratamento da hipernatremia visa corrigir o desequilíbrio eletrolítico, além de abordar a causa subjacente. A reposição de água livre (água com baixa quantidade de solutos) é importante, podendo ser feita via oral ou parenteral, corrigindo de 8 até 12mEq nas primeiras 24h (mais rápido que isso está relacionado a maior taxa de edema cerebral). Para pacientes com hipovolemia, fazer reposição do volume intravascular com solução isotônica de cloreto de sódio antes da reposição de água livre.

As soluções hipotônicas são NaCl a 0,45% (77mEq/L) e soro glicosado (0mEq/L), tendo-se a seguinte fórmula para saber quanto 1L de solução vai reduzir o nível de sódio no sangue (em mEq/l):

  • △Na = (Na[paciente] – Na[solução])

                     Água Corporal + 1

(Água corporal: 60% em crianças e homens jovens, 50% em mulheres jovens e homens idosos, 45% em mulheres idosas).

Para a diabetes insipidus central, o manejo é feito com o desmopressina, um análogo do ADH, enquanto a forma nefrogênica trata-se com restrição de sal e uso de diuréticos tiazídicos ou amilorida.

Conclusão

A hipernatremia é uma condição que requer atenção devido às suas possíveis complicações graves. A compreensão das causas, sintomas e diagnóstico é fundamental para garantir um manejo adequado e minimizar os riscos associados. No tratamento, deve-se realizar a reposição de água livre (solução hipotônica), prestando atenção para corrigir até 12mEq de Na+ em 24, pelo risco de edema cerebral. 

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