Ácido Bempedóico é uma opção para pacientes intolerantes à estatinas, afirma estudo

As estatinas são o pilar do tratamento e prevenção das complicações da aterosclerose, porém possuem efeitos colaterais que podem dificultar a aderência do paciente à medicação. A miopatia é o efeito colateral que mais leva à suspensão das estatinas, isso decorre do fato de parte da droga ser metabolizada nos músculos.

Antes de o paciente ser considerado intolerante à droga deve ser tentada uma troca do tipo de estatina, reduzir a dose e utilizar a medicação em dias alternados, se mesmo assim o ele não tolerar a droga ou apresentar efeito adverso grave, como rabdomiólise, deve-se suspender e considerar a troca de classe. No entanto, o não uso pode ser responsável por piores desfechos cardiovasculares.

Nesse contexto, neste ano foi publicado no NEJM o estudo CLEAR OUTCOMES, que avaliou o efeito do ácido bempedoico na redução de eventos cardiovasculares.

Metodologia

Foram randomizados 13.970 pacientes que tinham necessidade de profilaxia para eventos cardiovasculares, e que apresentavam intolerância à estatina. Eles utilizaram inicialmente um placebo por 4 semanas e aqueles que não apresentaram efeitos colaterais nesse tempo foram designados para o grupo intervenção (180 mg de ácido bempedoico) ou para o grupo controle (placebo). 

O desfecho primário foi um composto entre morte por causas cardiovasculares, infarto agudo do miocárdio, AVE e revascularização coronariana.

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O que o estudo encontrou?

Após cerca de 40 meses, o grupo que utilizou a medicação teve uma menor taxa de eventos cardiovasculares (13% menos que o placebo), além de uma redução no LDL de 20% após 6 meses e da proteína C reativa. Em relação aos efeitos adversos, o grupo que utilizou o ácido bempedóico apresentou maiores taxas de ácido úrico, enzimas hepáticas e creatinina. Também ocorreram mais eventos de gota e colelitíase neste grupo.

O que o estudo concluiu?

O estudo mostrou que em pacientes intolerantes à estatina, o uso do ácido bempedóico diminuiu o MACE de maneira significativa. Vale salientar que a medicação ainda não é disponível no Brasil e seu alto custo limita o seu uso, sendo as estatinas a primeira escolha sempre que possível.

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FONTES:

• NISSEN, Steven E. et al. Bempedoic acid and cardiovascular outcomes in statin-intolerant patients. New England Journal of Medicine, v. 388, n. 15, p. 1353-1364, 2023