Psiquiatria
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Ansiedade em homens: como a “masculinidade” pode atrasar o diagnóstico

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Equipe medclub
Publicado em
28/11/2022
 · 
Atualizado em
7/5/2023
Índice

Artigo de perspectiva publicado na revista Discover Psychology descreveu novas tendências sobre o impacto da ansiedade nos homens. A ansiedade é a doença psiquiátrica mais prevalente nesse público, sendo comumente o primeiro sintoma psiquiátrico experenciado por homens jovens. 

Quando não tratada, pode predispor surgimento outras doenças, como a depressão, bipolaridade e psicose. Grande parte dos transtornos de ansiedade tem início na infância, sendo duas vezes mais comuns em mulheres que em homens. Os sintomas do Transtorno de Ansiedade Generalizada, definidas de acordo com os critérios do DSM-5, caracterizam-se por ansiedade e preocupações excessivas, acompanhadas por sintomas como: inquietação, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular, distúrbios do sono e fadiga. Além disso, esses sintomas devem persistir por pelo menos 6 meses.

O artigo trouxe importantes pontos de reflexão, como a discussão de que a epidemiologia da ansiedade e de outras doenças psiquiátricas englobam, em sua maioria, diferenças entre os sexos. Entretanto, as diferenças entre gêneros são pouco debatidas. O sexo é definido pelas características biológicas que compõe o ser humano (cromossomos, hormônios, sistema reprodutor). Já o gênero é definido como uma construção social que define comportamentos, modos de expressão e a identidade do ser humano. 

Assim, os autores afirmam que a análise de ansiedade apenas pela perspectiva do sexo pode ser limitante, devido a possível existência de um fenótipo masculino para a ansiedade. Esse fenótipo é caracterizado pela presença de sintomas físicos -dor no corpo, ataques de pânico e cefaleia- bem como sintomas crônicos recorrentes, e sensação de ansiedade intensa, que “foge do controle” do paciente. Em contrapartida, pacientes do gênero feminino relatam mais frequentemente dificuldades nas relações sociais, choro fácil e estresse interpessoal. 

Dessa forma, os autores concluem que as diferenças entre gênero devem ser mais bem definidas, uma vez que influenciam nas formas de manifestação da doença. Além disso, segundo os autores, essas diferenças podem dificultar o diagnóstico de ansiedade em homens. Isso porque o papel de gênero esperado do indivíduo do sexo masculino consiste no “homem forte”, com austeridade e autoconfiança. Esse fator, de acordo com os autores, pode determinar que o comportamento de indivíduos do sexo masculino não preencha os critérios diagnósticos necessários para os transtornos de ansiedade, dificultando a identificação dessa doença por parte dos profissionais de saúde na população masculina. Sendo o atraso no diagnóstico e o não reconhecimento dessa condição fatores de risco para o suicídio nos homens, os autores propõe intervenções que focam no sistema de suporte desses indivíduos, como amigos, família e cônjuge. Isso porque os homens relatam preferência pelo sistema de suporte informal, em comparação com os serviços de saúde, em questões de saúde mental.

Por fim, os autores também propõe a criação de um modelo teórico que vise acomodar a experiência de ansiedade do homem, com enfoque no fenótipo masculino de ansiedade.

Referência: Fisher, Krista, et al. "Men’s anxiety, why it matters, and what is needed to limit its risk for male suicide." Discover Psychology, vol. 2, no. 1, 2021,

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